quinta-feira, 7 de novembro de 2013

SAUDAÇÃO À AURORA NO SEU 130º ANIVERSÁRIO -

 Por José Cícero*

José Cícero
Aurora!
Qual dos teus filhos se arriscaria  dá-se a difícil tarefa de encontrar a tua mais exata e adequada definição?
Sim. Porque Aurora, enquanto sentimento afetivo não se define simplesmente com palavras.
Porquanto se encontrar muito além de qualquer tradução puramente etimológica,
por meio da qual  os vocábulos adquirem sua mais alta significação sentimental.
Diríamos no entanto, que Aurora, em última instância, é pura emoção dos sentidos...
De modo que a sua melhor definição reside na forma de como realmente   sentimos o mundo
como um tesouro poético incomensurável  escondido no fundo do peito. Mas sempre ao alcance das nossas mãos.
Aurora é esse orgulho saudável e provinciano com o qual contrapomos aqui e alhures o tédio e a monotonia de viver sem razão;
assim como todas as angústias impostas pela saudade e pela solidão  dos que estão distantes.
Um elevado estado de autoafirmação que experimentado onde quer que estejamos. Uma lembrança feliz. Uma vontade de se está sempre junto calcada na esperança e na necessidade do reencontro e do eterno devir.
Aurora é esse ímpeto de coragem a nos impelir sempre para frente. Como se o futuro fosse a intercessão definitiva de todos os caminhos possíveis. Isso porque em Aurora, tudo o mais é atemporal.
Destarte, a mais autêntica conotação de um passado inesquecível e glorioso, em cujas raízes nos mantemos presos para sempre, como uma árvore centenária fincada ao sagrado chão.
Aurora é, como diria Espinoza:  a mais verdadeira perspectiva da eternidade postas indefinidamente em nossas mãos. Sereia sertaneja a nos envolver completamente com o seu encanto e o seu feitiço de mulher amada. Razão de estarmos todos condenados a amá-la pela vida a fora, para o todo o sempre. Quem sabe, como uma criação shekesperiana, Aurora é a vitalidade de uma juventude indomável a fustigar todo o nosso sangue como se fosse o índio Cariri a se preparar para à guerra. 
Tal e qual a força descomunal do rio Salgado  na sua busca infinita de se encontrar seu destino e de querer ser mar.
Rio selvagem que segue oprimindo sem nenhuma trégua todas as ribanceiras do seu caminho. Eterno almocreve colonizador do nosso Cariri...
Aurora é a história viva de um povo forte e destemido  que aprendeu lutando superar-se a si mesmo, tanto  na desventura, quanto  na adversidade para jamais se deixar ser escravo de ninguém.
Aurora é o gracioso sorriso de um futuro alvissareiro, como crianças de braços abertos ansiando abraçar  todos aqueles que lhe adoram e amam de verdade. A hospitalidade, a bravura e a solidariedade do homem sertanejo  encarnada no bondoso ofício e na presteza de sempre ser útil.
Aurora é também mulher, por isso a beleza, a delicadeza, a inteligência e a sedução com que se impõe diante da contemporaneidade de tudo o mais que lhe cerca e lhe adorna, fazendo-a muito mais bonita, bondosa e cativante.
Aurora é a mais pura expressão jubilosa do mais absoluto contentamento juvenil e centenário.  Além da sensação glamorosa de harmonia e paz entre  os seus filhos e entusiastas do cosmopolitismo mundano. Fé que nos anima a seguir sempre em frente...
É esta saudade ressabiada e distante, gritando forte dentro da gente que nunca se cala nem se acalenta. Literalmente a emoldurar todo o nosso ser, tão somente por não nos permitir conhecer tempo ou distância que nos faça sofrer.
Aurora é esse sentir indescritível de grandeza cívica e interior com que sempre encaramos, genuflexos , a figura altiva do Sr. Menino Deus.
É ainda, por assim dizer, a certeza infinita de que todos os caminhos inapelavelmente nos levarão a ela. A esperança em pessoa, a nos emprestar sempre que necessitamos, a utopia e o sonho de viver. O sonho possível de felicidade como salvaguarda para a nossa luta infinda e  cotidiana. Celeiro maior de humanistas e de artistas.
Por fim, Aurora é um estado de espírito... 
Sem ela, o mundo não teria o menor sentido.
Ser aurorense, portanto, não tem preço.
Tudo o mais em Aurora fala por si mesmo.
Todo o resto é pura saudade ou solidão.
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Por José Cícero
Secretário de Cultura
Aurora - CE.
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